“DREX” Real em Formato Digital

Drex é o real em formato digital, emitido em plataforma digital operada pelo Banco Central (BC). Por isso, falamos que ele é uma moeda digital de banco central (CBDC, de Central Bank Digital Currency, em inglês).

O real tradicional são as cédulas e as moedas de real, emitidas pelo BC, que estão em circulação na economia e que podem ser depositadas em bancos, cooperativas, instituições de pagamentos e demais instituições autorizadas pelo BC.

O Drex, o real em formato digital, será emitido:

  1. pelo próprio BC, para transações de atacado (liquidação de transações entre instituições autorizadas); ou
  2. pelas instituições autorizadas pelo BC, para transações de varejo com seus clientes.

O tema moeda digital de banco central (da sigla em inglês CBDC, Central Bank Digital Currency) tem chamado a atenção de diversos bancos centrais. Uma parte significativa deles, representando quase a totalidade do PIB mundial, está estudando, explorando ou testando projetos, aspectos operacionais e tecnológicos de um sistema de CBDC.

As CBDCs podem melhorar a eficiência dos serviços financeiros e de pagamentos de varejo e promover a competição e a inclusão financeira para a população com pouco ou nenhum acesso a serviços bancários.

O BC vem acompanhando o tema há alguns anos e, em agosto de 2020, organizou o Grupo de Trabalho para estudar a emissão da moeda digital brasileira, o Real Digital, agora chamada Drex.

Os resultados do Grupo de Trabalho de 2020 e o avanço das discussões internas sobre o tema possibilitaram as seguintes ações:

  • Definição das “Diretrizes do Real Digital” – divulgadas em maio de 2021 e atualizadas em fevereiro de 2023.
  • Webinários “O Real Digital” – encontros virtuais abertos para discussão de potenciais aplicações do Drex, anteriormente chamado de Real Digital, no segundo semestre de 2021.
  • LIFT Challenge Real Digital – laboratório de pesquisa em ambiente colaborativo virtual para avaliação dos casos de uso da moeda digital emitida pelo BC, bem como sua viabilidade tecnológica. Nove projetos foram desenvolvidos em 2022 em parceria com a Fenasbac.

Como vai funcionar?

O Drex vai permitir que vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes estejam à sua disposição. Esses serviços financeiros inteligentes serão liquidados pelos bancos dentro da Plataforma Drex do Banco Central (BC), que é um ambiente em desenvolvimento utilizando a tecnologia de registro distribuído (em inglês Distributed Ledger Technology – DLT).

Para ter acesso à Plataforma Drex, você precisará de um intermediário financeiro autorizado, como um banco. Esse intermediário fará a transferência do seu dinheiro depositado em conta para sua carteira digital do Drex, para que você possa realizar transações com ativos digitais com total segurança.

Piloto Drex

O Piloto Drex é a fase de testes para operações com a moeda digital brasileira, o Drex, anteriormente chamada de Real Digital. Nessa etapa, o Banco Central avaliará os benefícios da programabilidade da Plataforma Drex, um ecossistema de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT) multiativos onde serão simuladas operações com ativos digitais (“tokenizados”) liquidadas no atacado com o Drex emitido pelo Banco Central.

Participantes

  • instituições autorizadas, com acesso direto a contas e passivo digital do BC;
  • usuários finais simulados, que farão transações de varejo por meio do Drex, na sua forma digital (“tokenizada”) de saldos em reais mantidos em instituições financeiras (depósitos à vista) ou de pagamento (moeda eletrônica);
  • Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com a emissão de Títulos Públicos Federais e a liquidação de transações envolvendo esses títulos com Entrega conta Pagamento (Delivery versus Payment – DvP) no nível do cliente final.

Piloto Drex – participantes selecionados

Entre candidaturas individuais e consórcios de entidades, totalizando mais de 100 instituições de diversos segmentos financeiros, o Banco Central recebeu 36 propostas de interesse na participação no Piloto Drex, anteriormente conhecido como o projeto-piloto da plataforma do Real Digital – Piloto RD.

Nesta primeira fase do Piloto Drex, serão testadas funcionalidades de privacidade e programabilidade por meio da implementação de um caso de uso específico – um protocolo de entrega contra pagamento (DvP) de título público federal entre clientes de instituições diferentes, além dos serviços que compõem essa transação.

Esse caso de uso permite dar foco dos testes na privacidade, uma vez que promove a troca de informação entre os vários participantes da plataforma, e testa ainda a programabilidade dos serviços oferecidos e sua interoperabilidade.

O Comitê Executivo de Gestão (CEG), com base nos critérios estabelecidos no Regulamento do Piloto Drex, selecionou 16 propostas, listadas a seguir por ordem de inscrição:

  • Bradesco, Nuclea e Setl
  • Nubank
  • Banco Inter, Microsoft, 7Comm e Chainlink
  • Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM
  • Itaú Unibanco
  • Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin
  • Caixa, Elo e Microsoft
  • SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred
  • XP, Visa
  • Banco BV
  • Banco BTG
  • Banco ABC, Hamsa, LoopiPay e Google
  • Banco B3, B3 e B3 Digitas
  • Consórcio ABBC: Banco Brasileiro de Crédito, Banco Ribeirão Preto, Banco Original, Banco ABC Brasil, Banco BS2 e Banco Seguro, ABBC, BBChain, Microsoft e BIP
  • MBPay, Cerc, Sinqia, Mastercard e Banco Genial
  • Banco do Brasil

Essa seleção conta com representantes de instituições financeiras dos segmentos prudenciais S1 a S4, instituições de pagamento, cooperativas, bancos públicos, desenvolvedores de serviços de criptoativos, operadores de infraestruturas de mercado financeiro e instituidores de arranjos de pagamento.

O BC iniciou a incorporação dos participantes à plataforma do Piloto Drex em julho de 2023.Com base nos resultados do Piloto, o Banco Central deverá incluir testes com a população no Piloto Drex. Mas, para que isso seja possível, o projeto e os participantes do mercado precisarão ter atingido o grau de maturidade adequado.

Diretrizes do DREX